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sexta-feira, 29 de março de 2019
segunda-feira, 25 de março de 2019
domingo, 24 de março de 2019
CGI 3D Animated Short: "Take Me Home" - by Nair Archawattana | TheCGBros
terça-feira, 19 de março de 2019
Educação sexual porque sim – João André Costa
Educação sexual porque sim – João André Costa
Educação sexual porque sim
Os anos passam, as gerações passam, as décadas também, e as perguntas ficam por responder. As gerações passam, os nossos professores também, os que não sabiam responder às perguntas inquietantes, aos ímpetos inquietantes, às vontades em ebulição dos corações adolescentes, os nossos, os vossos. Agora somos nós os professores e, surpresa das surpresas, continuamos sem saber responder, e no entanto sabemos, experienciámos, aprendemos às nossas custas, por tentativa e erro, batendo com a cabeça na parede e, por vergonha, por falta de à vontade, revelamo-nos tão incapazes como quem nos precedeu para ajudar quem, diante de nós, faz as mesmas perguntas, e outras, vinte anos depois.
Sejamos francos e falemos, portanto e um pouco, sobre educação sexual. Sim, somos todos sexuados desde a nascença. Nascemos com um sexo, fruto do sexo, e preparamo-nos para o sexo. Por uma questão reprodutiva? Não só, por prazer, por amor, porque se o sexo não desse prazer, tanto prazer, a probabilidade de por aqui andarmos seria tão menor. O que é o orgasmo? É o clímax sexual, quando um homem ejacula e uma mulher também e os fluidos assim libertos potenciam a viagem dos espermatozóides ao óvulo, se houver um óvulo, se estivermos a meio do ciclo feminino. É errado um rapaz gostar de um rapaz e uma rapariga gostar de uma rapariga? É a expressão de amor pelo outro errada? Não. É errado gostar-se do sexo oposto? É errado sentir-me do sexo oposto? É errado não me identificar com nenhum dos sexos ou movimentar-me entre os mesmos? Também não. Como é que se faz para evitar uma gravidez? Sabem colocar um preservativo? Então, nada de contacto com a vagina antes de colocarem o mesmo, sob risco de meia dúzia de espermatozóides no líquido seminal. Basta um. E fazer um bebé é o mais fácil. Querem uma rapariga? Tenham relações 4 ou 5 dias antes da ovulação. Querem um rapaz? 2 ou 3 dias antes da ovulação, os espermatozóides Y são mais leves (têm uma perninha a menos) mas duram menos tempo e vice-versa. É possível engravidar se o rapaz e a rapariga estiverem juntos no banho? É, os espermatozóides nadam. Os métodos contraceptivos são 100 por cento seguros? Não. 100 por cento seguro é a abstinência. Quando se faz um aborto estamos a matar um ser humano? Sim. Devemos ir para a prisão por isso? Não, e ninguém aborta porque quer. Em vez de condenar, é preciso apoiar, é preciso educar, para que não se tenha de tomar uma decisão tão difícil. A probabilidade de contrairmos uma doença sexualmente transmissível aumenta com o número de parceiros sexuais? Sim, desde clamídia, gonorreia, sífilis, herpes genital, SIDA, só para citar as mais comuns. Pode-se morrer de SIDA? Sim, mas hoje em dia, e graças ao desenvolvimento da medicina, a SIDA é uma doença crónica. É uma vergonha falar de sexo? Vergonha é não falar e acabar com uma gravidez adolescente e uma criança sem culpa da ignorância dos pais.
Sem amor, o mundo não anda. É preciso amar, e para amar é preciso aprender. É preciso aprender a respeitar o outro, o parceiro, a parceira, o companheiro, a companheira, é preciso falar, ouvir, aprender, ceder, negociar, compreender, desculpar, perdoar, acariciar, abraçar, amar, e o amor, a educação sexual, não é só sobre sexo, é sobre relações interpessoais. Como nos vestir, como falar, como nos darmos a conhecer ao outro, o que se deve dizer e não dizer, o que é insultuoso e o que é socialmente aceite, os direitos das mulheres e os direitos dos homens, os direitos, a liberdade de expressão, a afirmação sexual, a liberdade sexual, o papel da igreja, a castração física, química, social, e por aí fora, há tanto por falar. Acredito como tudo o que fazemos na vida, fazemo-lo por prazer sexual e Freud tinha razão. Sexo em grupo? Troca de casais? É um campo de minas, falem com o vosso parceiro, liberdade sexual sim e respeito também. Qual a idade certa para falar de educação sexual com as crianças? Qualquer idade a partir do momento em que nos compreendem e aos 4 anos as crianças compreendem, e querem compreender, as diferenças sexuais, não sejamos hipócritas e Freud tinha razão. Outra vez.
Vamos falar de sexo, vamos educar para a sexualidade. Não falar de sexo é negarmo-nos, é negar a nossa existência e origem e a razão de ser. 20 anos depois, nós sabemos. Aprendemos às nossas custas. Não há motivo nenhum para não partilhar quanto aprendemos, é nosso dever, é a nossa obrigação, para que os erros básicos não se perpetuem no tempo só porque temos vergonha de falar de, e sobre, educação sexual.
domingo, 17 de março de 2019
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